Stephen Billett (2018) desenvolve a partir de seus estudos sobre como se aprende no ambiente laboral e que ele chama de Epistemologia da prática ou pedagogia da prática. Várias formas de aprendizagem, muitas vezes, depreciadas na educação regular passam a ter outro sentido e outro valor quando olhamos mais atentamente como trabalhadores aprendem com outros trabalhadores.
Nos ambientes laborais, é muito comum haver um “currículo oculto”, ou seja, percursos de aprendizagem não formalizados (como em uma escola, por exemplo), mecanismos de desenvolvimento de trabalhadores que podem fornecer pistas também para as instituições de formação profissional.
Assim, Billett fala em quatro formas de aprender no ambiente de trabalho:
- por meio do engajamento em tarefas laborais (“apenas fazendo”) – o resultado da implicação em atividades e interações profissionais com objetivos definidos;
- por orientação indireta fornecida pelo ambiente (“apenas estando lá”) – observação e imitação de colaboradores, peritos, artefatos e o ambiente físico e social;
- pela prática dentro deste ambiente – a prática leva ao ensaio, ao refinamento de procedimentos e à construção de associações conceituais;
- por orientação muito próxima por outros profissionais e peritos – o que auxilia no desenvolvimento de saberes que não se pode aprender somente por descoberta (Billett, 2001).