A síndrome do impostor, também chamado de pessimismo defensivo, é uma desordem psicológica que, apesar de não ser classificada como doença mental, é bastante estudada. Os sintomas manifestados costumam ser os mesmos sintomas que também são encontrados em outros transtornos como depressão, ansiedade e baixa autoestima, por exemplo.
Uma pesquisa de 2018, da International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR), mostrou que 65% dos profissionais ativos no mercado de trabalho já se sentiram impostores. Para alguns, no entanto, os sentimentos aparecem de maneira exagerada, causando transtornos de ansiedade, depressão e impedindo o desenvolvimento profissional. A chamada síndrome do impostor pode assombrar na universidade, em um novo emprego, após uma promoção ou mesmo em situações de mudanças na forma de executar o trabalho.
O que é a síndrome do impostor
A síndrome do impostor se manifesta especialmente em pessoas com baixas autoestima e autoconfiança, com autocrítica excessiva e que não se permitem errar. Mas também está relacionada à auto avaliação em relação a estado social, etnia, aparência física e ao sentimento constante de não-pertencimento.
Como identificar em 6 passos
Pessoas que sofrem síndrome do impostor geralmente apresentam 3 ou mais dos seguintes comportamentos:
1. Necessidade de se esforçar demais
A pessoa com síndrome do impostor acredita que precisa se esforçar em excesso, muito mais que as outras pessoas, para justificar as suas conquistas e por achar que sabe menos que os outros. O perfeccionismo e o excesso de trabalho são utilizados para ajudar a justificar o desempenho, mas causa muita ansiedade e esgotamento.
2. Auto-sabotagem
Pessoas com esta síndrome acreditam que o fracasso é inevitável e que a qualquer momento alguém experiente irá desmascará-lo na frente dos outros. Assim, mesmo sem perceber, pode preferir se esforçar menos, evitando gastar energia para algo que acredita que não dará certo e diminuindo as chances de ser julgado por outras pessoas.
3. Adiar tarefas
Estas pessoas podem estar sempre adiando uma tarefa ou deixando compromissos importantes para o último momento. Também é comum levar máximo de tempo para cumprir estas obrigações, e tudo isso é feito com o objetivo de evitar o momento de ser avaliado ou criticado por estas tarefas.
4. Medo de se expor
É comum que as pessoas com a síndrome do impostor estejam sempre fugindo de momentos em que podem ser avaliadas ou criticadas. A escolha de tarefas e profissões são, muitas vezes, baseadas naquelas em que serão menos perceptíveis, evitando ser alvo de avaliações.
Quando são avaliadas demonstram grande capacidade de desacreditar as conquistas obtidas e os elogios de outras pessoas.
5. Comparação com os outros
Ser perfeccionista, exigente consigo mesmo e estar sempre achando que é inferior ou sabe menos que os outros, a ponto de tirar todo o seu mérito, são algumas das principais características desta síndrome. Pode acontecer de a pessoa achar que nunca é boa o suficiente em relação aos outros, o que gera muita angústia e insatisfação.
6. Querer agradar a todos
Tentar causar boa impressão, se esforçar no carisma e necessidade de agradar a todos, a todo o momento, são formas de tentar alcançar aprovação, e para isso pode até mesmo se sujeitar a situações humilhantes.
Além disso, a pessoa com síndrome do impostor passa por períodos de muito estresse e ansiedade por achar que, a qualquer momento, pessoas mais capacitadas irão substituí-la ou desmascará-la. Assim, é muito comum que essas pessoas desenvolvam sintomas de ansiedade e depressão.
Como evitar a síndrome do impostor
Se você falhou ou teve sucesso, não se diminua. Crie respostas que não menosprezem seu trabalho: “Acontece, falhei, tento novamente” ou “Que bom que deu certo, agora vou focar na próxima”. Foque no autoconhecimento: evite se comparar com os outros, mas compare-se com si mesmo. Monte um portfólio de realizações pessoais para dar mais atenção às conquistas do que aos fracassos.
Empresas onde os líderes não reconhecem o mérito dos funcionários, não dão feedback positivo e não delegam corretamente podem favorecer o surgimento da síndrome do impostor.
No caso de serem identificadas características da síndrome do impostor, é importante que a pessoa realize sessões de psicoterapia para ajudar a pessoa a internalizar suas capacidades e competências, diminuindo a sensação de ser uma fraude. Além disso, algumas atitudes podem ajudar a controlar os sintomas desta síndrome, como:
- Ter um mentor, ou alguém mais experiente e confiável para quem possa pedir opiniões e conselhos sinceros;
- Compartilhar as inquietações ou angústias com um amigo;
- Aceitar os próprios defeitos e qualidades, e evitar se comparar ao outros;
- Respeitar as próprias limitações, não estabelecendo metas inalcançáveis ou compromissos que não possam ser cumpridos;
- Aceitar que as falhas acontecem a qualquer pessoa, e procurar aprender com elas;
- Ter um trabalho de que goste, proporcionando motivação e satisfação.
Realizar atividades capazes de aliviar o estresse e a ansiedade, que melhorem a auto-estima e promovam auto-conhecimento, como yoga, meditação e exercícios físicos, além de investir em momentos lazer são muito úteis para o tratamento deste tipo de alteração psicológica.