Trabalhar a diversidade étnico-racial não deve se restringir ao dia 20 de novembro, como já é conhecido ela deve ser inserido no currículo escolar em todas as áreas do conhecimento: língua portuguesa, história, geografia, matemática, ciências e artes. Você ficará conhecendo um pouco mais sobre esta temática e como trabalhar esta vasta cultura em sala de aula.
A Diversidade Étnico- Racial, é uma questão que, infelizmente, ainda é um tabu a ser quebrado em sala de aula, inúmeras inseguranças tomam conta do educador. Muitos colocam a culpa na falta de material, mas há uma gama de materiais sobre o assunto, apesar de muitos aparecerem de forma não-explícita. Ainda há materiais que podem ser adaptados e criados para contribuir para o enriquecimento do assunto.
O desenvolvimento deste projeto visa levar aos alunos as ferramentas necessárias para que ele tenha consciência da importância e influência da cultura africana na sociedade atual, visando a contribuição na construção de sua personalidade, seja como afro-descendente ou não, além de incutir o respeito a diversidade nas características físicas e culturais.
Conhecer a raiz da história africana e os termos comuns a este aprendizado, é essencial para que o educador conduza de forma eficiente e eficaz o assunto. Além da quebra de pré-conceitos, inerentes à conduta do ser humano.
De acordo com a Lei 10.639, de 09 de janeiro de 2003, o estudo da História da África e dos Africanos e a contribuição da cultura negra na formação do povo brasileiro tornam-se obrigatórios no currículo escolar. Essa lei passou a valer para todos os níveis da educação básica com a instituição das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais.
O Brasil é a segunda maior nação negra do mundo e foi necessária a criação de uma lei para que houvesse um tardio reconhecimento da importância da cultura negra na sociedade brasileira. A implantação desta lei não relega o papel do negro na História do Brasil como simples escravizado e sim como um grande contribuidor do multiculturalismo que é o nosso país. Com isso, buscamos explicitar alguns conceitos que sustentam este trabalho.
É base para o ser humano, em seu desenvolvimento, o autoconhecimento. De que adianta “inserir” no sujeito conhecimentos matemáticos, lingüísticos, geográficos, científicos?, Se ela não se identifica com o meio no qual vive, não se conhece como sujeito, não se sente integrada a sociedade. Ela pode ser capaz e
aprender os conceitos, mas não os usará para transformar o local/ meio onde vive.
Sem o autoconhecimento, através da construção de sua identidade não forma-se cidadãos ativos e atuantes.
A opinião do grupo no qual está inserida também conta no processo de construção da identidade, por isso a discriminação pode ser um fator opressor na formação do ser humano. As pessoas negras constroem sua identidade a partir de modelos ditados pelos não-negros, que geralmente assumem atitudes e pensamentos diferentes dos seus. A criança negra precisa se ver como negra aprender a respeitar a imagem que tem de si e ter modelos que confirmem essa expectativa. Sem raízes um povo não constrói sua identidade, para o aluno “branco” descendente de europeus é fácil construir sua identidade, pois a sociedade produz conhecimentos que respeitam este grupo.
Muitas vezes a escola tem o poder de valorizar, segregar, discriminar e até eliminar a identidade negra de sala de aula.
OBJETIVO GERAL
•Valorizar a cultura afro-descendente, reconhecendo a sua presença de forma positivada nos diversos segmentos da sociedade, no que diz respeito à literatura, arte, culinária, religião música e dança.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
•Discutir as relações raciais no ambiente escolar;
•Reconhecer e valorizar a cultura africana e afro-descendente, como formadora da nossa cultura;
•Promover o respeito pelas várias etnias;
•Reconhecer a constante presença da marca africana na literatura, na música, na culinária, na arquitetura, na lingüística, na criatividade na forma de viver, de pensar, de dançar, de rezar.
ENCAMINHAMENTO
- Leitura e discussão do livro “Menina Bonita do Laço de Fita” – Ana Maria Machado;
- Montar uma paleta com massa de modelar: tons de bege e marrom. Ir misturando as cores, como se uma cor fosse o pai e outra a mãe. Isto permitirá que a criança perceba porque possui tal cor de pele. Aproveite a história de Ana Maria Machado, que demonstra nitidamente o que acontece no Brasil: a miscigenação.
- Ter em sala de aula objetos tais como roupas, figuras, livros, máscaras, instrumentos musicais, entre outros de origem africana. Montar uma maleta onde esses objetos possam ser guardados e levados para casa, para descrição. Cada dia um aluno leva a maleta, escolhe um objeto e escreve sobre ele. No outro dia compartilhar com a turma sua experiência e lê o que escreveu.
- Em um sulfite, os alunos deverão desenhar como imaginam a África.Expor os desenhos e conversar sobre eles, comparando – os com imagens de alguns países da África, seus costumes, localização, belezas naturais etc.
- Montar um texto coletivo sobre a África a partir destas observações e montar um cartaz sobre a sua nova visão da África, com desenhos do que mais gostou.
- Contar a história “Bruna e a Galinha d´Angola”: leitura, discussão oral. Localização de Angola no mapa; característica do lugar; língua falada; construções entre outras curiosidades. Enfatizar como na cultura africana, é forte o respeito pelos mais velhos e suas tradições orais.
- Confeccionar em equipe, algumas bandeiras de países africanos; exposição das mesmas.
- Com dobradura, construir casa africanas, pintar explorando também as cores e as formas geométricas utilizadas por eles. Ver casas Ndebele.
- Em revistas, fazer uma pesquisa de figuras de personagens negros ou afro descendentes, para conversação e montagem de uma painel. Leitura de algumas biografias: Pelé, Mandela, Zumbi dos Palmares.