Este artigo busca aprofundar o tema de colaboração na EaD, visto que houve um forte crescimento dessa modalidade. Trabalhar de forma colaborativa, em equipe, na busca de soluções para resolver problemas reais em diversos campos do conhecimento, é uma das competências esperadas de um profissional do século XXI.
Na área de educação, quando essa iniciativa é incentivada e aplicada na solução de um problema real, como na formação continuada de professores, costuma-se dizer que o regime de colaboração está sendo posto em prática.
A própria Constituição brasileira, no seu artigo 205, já aponta para a necessidade de se trabalhar de forma colaborativa com a sociedade na oferta da educação – dever do estado e da família.
Nessa mesma linha também se coloca o Plano Nacional de Educação (PNE), no artigo 7º, ao ressaltar a importância de promover o regime de colaboração como algo estratégico para o alcance das metas educacionais até 2024. E um mecanismo sugerido no inciso 7º desse mesmo artigo é que isso pode ser posto em prática mediante o uso dos chamados Arranjos de Desenvolvimento da Educação.
Definição de colaboração
A colaboração é uma parceria, uma união, o ato de produzir ou fazer algo em conjunto. A colaboração acontece entre duas ou muitas pessoas, desconhecidos ou melhores amigos. Colaborar é se comprometer com a possibilidade de produzir um resultado maior do que aquele que seria desenvolvido isoladamente.
Tipos de colaboração
Síncrona
Colaboração que acontece em tempo real, seja virtualmente ou presencialmente. Há diversas formas que uma equipe pode colaborar de forma síncrona, incluindo chat online, vídeo conferência reuniões presenciais ou durante a edição em tempo real de um documento ou planilha.
Assíncrona
Esta forma de colaboração não precisa ocorrer em tempo real. Pode ser praticada adicionando notas ou comentários em um documento ou apresentação após compartilhamento por parte do criador
Diferenças entre colaborações na educação presencial e EaD
Local
Enquanto no ensino presencial todas as atividades do curso acontecem em sala de aula, no semipresencial estas tarefas são divididas entre encontros presenciais e o ambiente virtual de aprendizagem.
Interação
Os alunos dos cursos presenciais podem fazer perguntas direto ao professor a qualquer momento da aula, enquanto no semipresencial o aluno precisa esperar o momento adequado para colocar sua dúvida (quando o professor abre a transmissão para os polos de apoio se manifestarem)ou se comunicar através da internet.
Avaliações
As avaliações no ensino presencial são, necessariamente, presenciais e ocorrem em sala de aula com tempo específico. Já as avaliações do ensino à distância podem ocorrer em um espaço físico da instituição educativa ou, então, pela internet no portal de atividades do aluno;
Frequência
Os cursos presenciais exigem a presença física do aluno todos os dias, enquanto o semipresencial possui horários de estudo mais flexíveis e os encontros presenciais são mais espaçados.
Ferramentas de Colaboração na EaD
Confira abaixo o ranking do CENSO Abed de ferramentas de interação na EAD mais usados por cursos semipresenciais e a distância:
- Fórum de discussão – é a mais utilizada pelas instituições;
- E-mail – recurso mais formal de comunicação,e por isso é tão amplamente utilizado em todo tipo de negócio;
- Chat online – Dinamismo, agilidade e proximidade. Essas três palavras definem a essência do chat enquanto ferramenta de interação na EAD.
- Webinars ao vivo;
- Bibliotecas virtuais – São acervos on-line onde é possível encontrar livros, textos e artigos, além de outros tipos de mídia.
Perspectivas para as colaborações na EaD
Em 2020, a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) produziu o relatório De volta ao Futuro da Educação – Quatro Cenários da OCDE para a escolaridade (Back to the Future of Education – Four OECD Scenarios for Schooling).
Esse documento foi produzido com o fim de ser um instrumento para apoiar o pensamento estratégico de longo prazo na educação.
De acordo com a organização, a educação deve evoluir para ajudar os indivíduos a se desenvolverem como pessoas, cidadãos e profissionais.
Gamificação
Segundo pesquisa do WePC, os jogos eletrônicos são consumidos por mais de 2,5 bilhões de pessoas no mundo inteiro. Por se tratar de uma mídia cada vez mais popular, adaptar seus conceitos ao ensino é uma tendência fortíssima – o nome disso é gamificação na educação.
Ao utilizar elementos presentes nos jogos como recompensas, metas e até socialização, é possível proporcionar uma experiência mais atrativa e enriquecedora – afinal torna o processo mais dinâmico e divertido. Assim, a gamificação é ótima para garantir o engajamento dos alunos em cursos à distância.
Chatbots e inteligência artificial
Ao usar a inteligência artificial na educação, é possível ter accesso a dados completos de desempenho de cada aluno e adaptar o curso. Este processo pode ser otimizado com o uso de Machine Learning, que é a capacidade de aprendizado da I.A.
E falando sobre os já citados Chatbots, tratam-se de sistemas de conversa automatizada com o usuário. Apesar de andar de mãos dadas com a inteligência artificial, pode-se configurá-los com fluxos de automação com menor investimento.
Numa plataforma educacional, é possível usar chatbots como monitores para tirar dúvidas e oferecer suporte ao aluno. Assim, dá para produzir uma trilha de conteúdos específica para orientar o usuário.
Transmissão ao vivo
No ensino à distância é possível oferecer conteúdos de diversos formatos – sejam videoaulas, e-books e até podcasts. E não precisa ser material previamente gravado, pois o uso de transmissão ao vivo na educação se mostra cada vez mais atrativo.
Como o EaD transcende o espaço físico e amplia o alcance dos cursos digitais, é possível usar o alto engajamento das lives a seu favor. Ao dar aulas em tempo real, é possível tirar dúvidas e interagir com os alunos ao vivo – assim usando o principal benefício do modelo presencial.
Mobile Learning
Segundo estudo da App Annie, o Brasil é o terceiro país que mais utiliza dispositivos móveis. E por que não adaptar os cursos a esta realidade? Por isso, o Mobile Learning se mostra uma tendência importante para o futuro do EaD.
Também conhecida como m-learning, esta modalidade consiste na produção de conteúdos funcionarão bem nas telas de smartphones e tablets. Para funcionar, é imprescindível ter um ambiente de aprendizado compatível – seja com aplicativos, plataformas de conteúdo ou site de cursos com design responsivo.
Blended Learning
Apesar do conceito de ensino à distância ser sobre não precisar de um espaço físico para dar aulas, não é necessário usá-lo para cursos inteiramente presenciais. Isso é possível graças ao conceito de Blended Learning.
Podemos chamar esta modalidade de ensino híbrido ou b-learning. Como este formato mistura o ensino remoto com o presencial, ele oferece flexibilidade e conveniência – e, é claro, redução de custos.
Microlearning
Já que estamos falando de abordagens diferentes que são o futuro do EaD, vale apontar para o Microlearning. Esta modalidade oferece cursos de curta duração, com conteúdos de até cinco minutos focados em uma única especialidade.
Além de ser uma solução rápida e eficiente, o m-learning é ótimo para garantir o foco do aluno. Por ser mais simples de produzir, diminui custos enquanto se mantém personalizável e acessível.